Update 2020: atualizados alguns conceitos e melhorias na legibilidade
Virtualização não é mais novidade para a maioria dos profissionais de TI, é uma tecnologia real adotada nas empresas dos mais diversos tamanhos, existem benefícios reais e mensuráveis para a implantação em Datacenters.
O melhor de tudo é que os benefícios são palpáveis para o negócio, tanto em redução de custos quanto em agilidade da equipe de TI.
Se você tem dúvidas se deve virtualizar seu ambiente, ou se sua diretoria ainda questiona a tecnologia, seguem os principais benefícios que a virtualização proporciona:
1. Menor Aquecimento / Economia de Energia
Servidores consomem Energia Elétrica e o poder de processamento de servidores modernos estão além da necessidade de muitas das aplicações.
O uso da virtualização permite múltiplas aplicações rodarem no mesmo servidor (entenda como funciona), o que traz redução do espaço utilizado e da energia elétrica para manter o servidor ligado e refrigerar o ambiente.
É comum em um projeto de virtualização, trocar cerca de 15 a 20 servidores de pequeno porte para apenas 2 ou 3 de médio porte, só isso já reduz a complexidade, espaço utilizado, energia elétrica consumida direta e indiretamente (refrigeração), portas no switch e nas réguas de tomadas.
2. Redução de Custos de Aquisição e Redução do Espaço Físico
Em empresas que precisam de mais de 1 servidor para executar seus sistemas, a virtualização traz redução de custos de aquisição da solução, pois um mesmo servidor pode ser utilizado para mais de um sistema e mesmo que precise comprar um servidor com mais capacidade de processamento, memória e disco para dar conta de diversos sistemas, o custo extra desses recursos é bem menor comparado a adquirir um servidor para cada sistema.
Só para exemplificar, ao invés de comprar 6 servidores de pequeno porte, pode-se comprar apenas 1 servidor de médio porte com diversas redundâncias e ainda obter economia de cerca de 70% do custo inicial de aquisição.
Isso acontece porque, mesmo que o servidor de maior porte tenha alguns componentes mais caros, ainda estamos economizando em materiais básicos como metal do gabinete, fontes, placa mãe, além do custo de montagem e transporte, que acaba sendo menor ao transportar apenas 1 unidade ao invés de 6 unidades.
A médio prazo, a redução da complexidade de cabos, drivers, atualizações de firmware e de segurança também acaba pesando a favor da virtualização, além da economia de energia elétrica para alimentação dos equipamentos e refrigeração do ambiente.
Para empresas pequenas, não é necessário investir em licenças de software extras para virtualização, os principais fornecedores (VMware, Citrix e Microsoft) disponibilizam licenças gratuitas de seus produtos de virtualização (restrições se aplicam) e existem até versões Open Source como o XCP NG.
3. Green IT / TI Sustentável
Além de reduzir os custos de aquisição e consumo de energia, a virtualização impacta diretamente no meio ambiente.
No final da vida útil dos equipamentos, existirão menos servidores para serem reciclados, resultando em menos materiais tóxicos no meio ambiente.
Em um ambiente virtual é possível configurar para que alguns Hosts (servidores hospedeiros) sejam desligados durante o período de menor demanda (finais de semana e à noite por exemplo).
Um exemplo dessa tecnologia é o DPM (Distributed Power Management) da VMware.
Além da economia no consumo energia elétrica dos servidores, diminui também a necessidade de refrigeração do ambiente.
4. Menor tempo de parada em manutenções programadas
Em um ambiente virtualizado é possível migrar as aplicações entre servidores físicos on-line, sem desligar ou interromper o serviço, esses recursos são o vMotion da VMware, XenMotion da Citrix ou Live Migration da Microsoft (normalmente precisam de licenciamento, não estando disponível na versão Free dos softwares de virtualização).
Isso permite a execução de tarefas rotineiras, como upgrade de firmware de servidores por exemplo, em horário comercial, sem parar os sistemas e sem pagar horas extras.
Outras manutenções mais complexas podem se beneficiar também, é possível “suspender” uma máquina virtual pouco antes de uma parada do hardware e quando o mesmo voltar, basta retomar a máquina virtual, ela voltará a executar do ponto onde estava, sem interromper as tarefas que estavam rodando.
Mesmo em um upgrade de ambiente, é possível migrar as máquinas virtuais entre servidores velhos e novos, diminuindo o tempo de reinstalação e configuração da solução.
Ao fazer o upgrade do firmware de servidores, também não é necessário realizar o upgrade de drivers nas máquinas virtuais, já que estas não enxergam a camada de hardware diretamente.
5. Rápida recuperação de falhas, backup otimizado e Recuperação de Desastres fácil
Quando um servidor físico apresenta problemas, o tempo para voltar em produção depende muito de estratégias de backup e ferramentas, é necessário utilizar uma ferramenta para imagem do sistema operacional, outra para restaurar o backup de configuração, outra para aplicar atualização de patches e drivers, para só depois restaurar o backup dos dados.
Um cluster de servidores virtuais traz por padrão a proteção contra a falha física de servidores, as máquinas virtuais são protegidas por um recurso chamado High Avaliability (HA), onde, na falha do servidor que está executando, a mesma é ligada em um outro servidor automaticamente e em poucos minutos o sistema está recuperado automaticamente.
Também com uma máquina virtual é possível utilizar ferramentas com o Veeam Backup ou o VMware VDP para gravar a imagem da máquina virtual, efetuar o backup e até replicar a máquina virtual para outro Datacenter.
Em caso de falhas, é possível restaurar a máquina virtual rapidamente em outro servidor hospedeiro, sem se preocupar com drivers e outros detalhes, provendo uma recuperação muito rápida do ambiente.
6. Ambientes de Testes
Com um ambiente virtual é muito simples clonar um conjunto de máquinas virtuais, colocar em um ambiente separado (uma VLAN diferente por exemplo) e executar testes, tanto de atualizações do sistema operacional, quanto atualizações e modificações dos sistemas de produção, como ERPs e CRMs.
Também é possível utilizar o recurso de Snapshots para upgrades controlados, por exemplo, em uma atualização de versão de um sistema ERP, pode-se criar um Snapshot pouco antes do serviço, executar a atualização; caso detecte algum problema logo após a atualização, basta voltar o Snapshot de antes da atualização para voltar a versão estável em produção, uma operação de poucos segundos e não de horas como seria voltar um backup.
7. Provisionamento rápido de novos aplicativos e servidores
A virtualização é ideal para atender o crescimento rápido dos negócios, pois possibilita o provisionamento de um servidor em poucos minutos, ao invés de vários dias ou até meses como seria o processo com servidores físicos.
Antes da virtualização, o processo para provisionar um novo servidor consistia em obter cotações com os fornecedores, compra, aguardar a entrega, executar a instalação física incluindo alocação de porta de rede, energizar, instalar o sistema operacional e drivers, para só então começar a trabalhar na instalação da aplicação de verdade.
Depois da virtualização, basta escolher um template com o sistema operacional correto e fazer uma cópia do mesmo, em poucos cliques o servidor estará instalado e configurado na rede, pronto para instalar as aplicações.
Esse tempo é mais reduzido ainda para instalar as aplicações se o fabricante entregar um Appliance Virtual (veja mais nesse outro artigo).
8. Independência de fornecedor
Outra das vantagens da virtualização é a abstração total do hardware, assim, a máquina virtual não fica presa a um tipo de processador, controladora de disco, placa de rede ou qualquer outro dispositivo, permitindo migrá-la de hardware muito facilmente.
Com isso, quando for executar a próxima compra de servidores e storage, é possível confrontar os preços entre vários fabricantes muito facilmente, sem se preocupar com os custos de migração de plataforma e reinstalação do ambiente, basta “copiar” as máquinas virtuais do ambiente velho para o novo, ou simplesmente adicionar mais hardware no cluster virtual já existente.
9. Isolamento de Serviços e Aplicações
Muitas vezes para economizar servidores, vários serviços são consolidados no mesmo servidor.
É comum por exemplo, em pequenas empresas, o servidor de AD ser o mesmo servidor de Arquivos, ou o servidor Linux que fornece Internet também hospedar a homepage da empresa e outros sistemas Web.
O problema disso é que algumas aplicações que executam bem em conjunto quando instaladas, podem conflitar depois de um tempo com as atualizações, com requisitos de bibliotecas, versões de bancos de dados e drivers específicos, causando problemas.
Também é mais complicado priorizar recursos para aplicativos dentro do sistema operacional do mesmo servidor.
Com a virtualização, é possível ter a mesma economia de servidores, mas cada aplicação fica isolada, com seu sistema operacional, bibliotecas e drivers independentes e é possível dar maior ou menor prioridade para cada uma, tanto em termos de hardware disponível direto (quantidade de memória e CPUs), até ciclos de CPU.
10. Manutenção de sistemas legados
É comum encontrar algum sistema legado, conectado em um computador velho em um canto do Datacenter/CPD.
Essa aplicação normalmente não tem mais suporte do fabricante por falta de contrato ou por ter sido descontinuada mesmo, mas é importante continuar ligada, para fins de conformidade e auditorias.
Virtualizando essa aplicação é possível mitigar os principais riscos:
- quebra do hardware físico e falta de peças de reposição
- corrompimento do sistema de arquivos
- backup
- disponibilidade
Ou seja, a aplicação legada recebe todos os benefícios do ambiente virtual.
O processo para colocar essa aplicação legada dentro do ambiente virtual pode ser simplesmente rodando um software de P2V (Physical do Virtual), que migra um sistema operacional já instalado em uma máquina física para uma máquina virtual.
11. Automatização de processos e contabilização de recursos
Em implementações mais avançadas, é possível automatizar tarefas da TI para agilidade nos negócios.
O recurso mais simples disponível é o Template de máquinas virtuais, onde algumas máquinas virtuais modelos são criadas, com sistema operacional instalado e boas práticas já aplicadas, para rápido provisionamento pela equipe de TI. Por exemplo, é comum para muitos sistemas rodarem sobre Windows, pode ser deixado instalado um template com Windows Server para instanciar novas aplicações, já com os drivers e patches instalados, poupando todo o trabalho e tempo de instalação.
Outro recurso bem conhecido é o DRS da VMware (Distributed Resource Scheduler), que migra as máquinas virtuais de acordo com a necessidade de processamento e memória das mesmas. Esse recurso em conjunto com o DPM pode ser usado para economia de energia, como tratado no tópico acima sobre Green IT.
Mas existem níveis de automatização bem maiores que podem ser conseguidos, é possível, por exemplo, determinar que uma máquina de teste seja excluída automaticamente se ficar 30 dias sem ser utilizada.
Também é possível criar um portal self-service para o usuários avançados, por exemplo: para que desenvolvedores criem os ambientes de testes que precisam sem intervenção da equipe de operações.
Outra funcionalidade interessante é a contabilização dos recursos.
Com a tendência de isolamento das aplicações, é possível indicar quais VMs pertencem a qual departamento e contabilizar quantos recursos estão sendo usados por cada departamento, permitindo a TI indicar os custos por área de negócio.
12. Migração para a Computação em Nuvem facilitada
Muitos dos provedores de nuvem suportam IaaS (Infrastructure as a Service), assim, uma máquina virtual pode ser facilmente migrada da estrutura interna para a nuvem sem maiores dificuldades (saiba mais nesse artigo sobre Computação em Nuvem).
Virtualizar seu ambiente atual é o primeiro passo rumo à computação em nuvem.
É uma das formas da TI estar mais ligada ao negócio e entregar mais funcionalidades com menos recursos.